O universo de NFTs está acostumado com a volatilidade, mas poucos projetos viveram oscilações tão intensas quanto Moonbirds. De um incrível pico de 38,5 ETH a uma queda abrupta para apenas 0,22 ETH, Moonbirds protagonizou uma reviravolta impressionante em apenas três meses.
Tudo mudou quando Spencer assumiu o Moonbirds. Da ascensão meteórica ao colapso e renascimento, Moonbirds percorreu uma das jornadas mais radicais do mundo dos colecionáveis digitais. Spencer assumiu o centro do palco, transformando um projeto esquecido no NFT mais desejado do mercado cripto.
Em 16 de abril de 2022, Moonbirds—criado pelo cofundador do Digg, Kevin Rose—fez sua estreia, com mint a 2,5 ETH. Todos os 7 875 NFTs reservados para a whitelist foram vendidos em 48 horas. Os compradores viam a coleção não apenas como corujas pixeladas, mas como um passe especial para o ecossistema PROOF—um clube exclusivo, limitado a 1 000 colecionadores e artistas de NFTs de topo.
O lançamento já trouxe polêmica. O COO Ryan Carson foi flagrado adquirindo Moonbirds raros, gastando 580 000 dólares ao usar informações internas sobre características de raridade. Esse “sniping” configurou, sem dúvidas, uso indevido de informação privilegiada. A comunidade do Discord condenou a conduta antiética e, sob críticas crescentes, Carson renunciou nove dias depois para fundar o 121G, seu próprio fundo de NFTs.
Surpreendentemente, esse episódio não travou o avanço do Moonbirds. O mercado seguiu aquecido. O preço mínimo saltou de 3 ETH para 6 ETH, depois para 13 ETH, até chegar a 38,5 ETH. Em uma semana, os primeiros minters viram retorno de 15 vezes—uma das histórias de geração de riqueza mais rápidas da história dos NFTs.
Um destaque foi o recurso “Nesting”, um tipo de Soft Staking. Ao fazer nesting do Moonbirds, ele ficava bloqueado na carteira—não podia ser negociado, mas se tornava elegível a recompensas adicionais. Esse mecanismo inteligente transformou holders de curto prazo em detentores de longo prazo.
A virada aconteceu rápido. Em 5 de agosto do mesmo ano, Kevin Rose surpreendeu a comunidade ao anunciar, sem qualquer consulta prévia, que Moonbirds migraria para licença CC0. Isso retirou dos holders os direitos comerciais exclusivos dos NFTs, permitindo a qualquer pessoa usar imagens do Moonbirds para fins comerciais.
Para muitos, isso pareceu uma traição. Foi o primeiro verdadeiro rompimento entre a liderança e a comunidade, lançando uma sombra persistente sobre o projeto.
Influenciada por artistas como XCopy, a licença CC0 ganhava força no mundo da arte—um jeito de fomentar derivados, memes e mercadorias, ampliando o alcance. Se fazia sentido para obras únicas, entrava em choque com a essência das coleções de profile picture (PFP), baseadas em exclusividade e identidade—é por isso que holders investem tempo e dinheiro.
A reação foi dura.
Três anos depois, o influenciador do X (Twitter) @waleswoosh lembrou que o pânico sobre o CC0 foi exagerado—poucos holders realmente conseguiram comercializar seus direitos de PFP.
Mas naquele momento, o erro de Kevin Rose e a comunicação falha geraram enorme frustração na comunidade.
Ali começou a queda do Moonbirds.
De agosto de 2022 até o fim de 2023, o preço mínimo do Moonbirds despencou de 19 ETH para menos de 2 ETH.
Naquele período, quase todos os projetos lançavam merchandising, e Moonbirds entrou na onda distribuindo memorabilia exclusiva via airdrop para participantes do Nesting. O autor recebeu um—e concordou plenamente com o comentário destacado abaixo.
Em fevereiro de 2024, a Yuga Labs—controladora da Bored Ape Yacht Club—adquiriu a Proof e seus projetos associados, incluindo Moonbirds. A notícia levou o CMO da OpenSea, Adam Hollander, a dizer que era “uma confusão”, classificando Moonbirds como “um dos projetos de NFT mais mal geridos da história—levantaram quase 100 milhões de dólares e não entregaram o prometido”.
A compra trouxe uma esperança temporária. Holders foram informados de que o Moonbirds seria integrado ao metaverso Otherside. A notícia elevou o preço mínimo de 1,5 ETH para 2,5 ETH, mas a alta durou apenas duas semanas. A Yuga tentou remediar: voltou atrás no CC0, restaurou os direitos comerciais exclusivos dos holders e lançou avatares 3D para animação e integração com Otherside.
Mas a comunidade não se convenceu. Em agosto de 2024, o preço mínimo despencou para 0,22 ETH, recuperando-se lentamente até 0,8 ETH no final do ano.
Para muitos, o projeto parecia praticamente acabado.
Kevin Rose admitiu abertamente recorrer à cetamina para lidar com a pressão de comandar o Moonbirds. Após a aquisição da Proof, comentários irreverentes apareceram nos fóruns da comunidade.
Se você está se fazendo a mesma pergunta, chegou ao lugar certo.
Em 31 de maio de 2025, a notícia saiu no X (Twitter): Moonbirds fora adquirido pela Orange Cap Games. Um cofundador da Yuga Labs afirmou no anúncio oficial: “Moonbirds precisa de uma equipe que coloque os Birds no centro, e a Orange Cap Games é a escolha certa para destravar seu potencial.”
Spencer, fundador da Orange Cap Games, assumiu os holofotes. Deste momento em diante, Moonbirds mudou de rumo.
Diferente das “grandes visões” convencionais, Spencer não divulgou um roadmap elaborado. Ele declarou com clareza: “Não estamos aqui para realizar a antiga visão de Moonbirds—vamos construir a nossa. Alguns podem não gostar, e tudo bem.”
Era essa franqueza que a comunidade queria. Após as polêmicas do CC0 e sucessivas mudanças de liderança, os holders buscavam consistência, não promessas vazias. Spencer reconquistou a confiança com trabalho duro: postando incansavelmente sobre Moonbirds, respondendo a toda dúvida da comunidade e assumindo todas as críticas. Virou o pilar que a comunidade mais precisava.
Moonbirds reviveu, e a coesão da comunidade atingiu patamares inéditos.
Em 21 de julho, Spencer divulgou no X: nos primeiros 51 dias da Orange Cap Games, o OpenSea adotou Moonbirds como avatar oficial; a coleção liderou o ranking de NFTs da Ethereum por cinco dias seguidos; o grupo do Telegram superou 25 000 membros ativos; e o prize pool para compra de stickers recebeu 1,4 milhão de dólares.
De uma mínima de 0,3 ETH no início da gestão Spencer para 3,9 ETH na última semana, o preço mínimo do Moonbirds disparou mais de 1 000%. O que parecia morto no início de 2025 agora voa alto.
Não foi obra do acaso. No auge do “inverno dos NFTs” em 2023, Spencer tomou uma atitude ousada: adquiriu 144 Pudgy Penguins da liquidação da Three Arrows Capital, gastando alto e declarando abertamente que não iria vender. O que parecia insano na época rendeu-lhe mais de 10 milhões de dólares.
Essa postura “diamond hands” deixou claro: Spencer é builder de verdade, não apostador de curto prazo.
Pela Orange Cap Games, Spencer aproveitou a IP dos Pudgy Penguins para criar o Vibes TCG, um card game que gerou mais de 1,5 milhão de dólares em receita e mais de 350 000 partidas online. Esse resultado mostrou que NFTs não são meros ativos especulativos—podem se transformar em marcas reais e entrar no mainstream.
Quando Spencer comprou Moonbirds, a comunidade depositou nele suas esperanças—talvez Moonbirds pudesse repetir o retorno triunfante dos Pudgy Penguins, também recuperados sob nova liderança.
Esse enredo levou a uma mudança profunda: de quando vender para por que continuar segurando. Moonbirds deixou de ser só um token para especuladores e começou a se firmar como ativo de marca.
No X, isso se traduziu em Moonbirds voltando ao centro das atenções do Crypto Twitter, com alto engajamento. Spencer mobilizou dia após dia o Birb Army, consolidando presença social para Moonbirds.
Na comunidade Moonbirds, a recuperação do preço é só a superfície. O que realmente voltou foi a convicção.
O método de Spencer é simples: o melhor marketing não está em roadmaps mirabolantes ou promessas vazias, e sim em entregar valor constante e fazer a comunidade se sentir construtora de algo relevante.
A aposta é em Spencer—e até agora o mercado acredita nele.
Para Moonbirds, a história está só começando.
Em entrevista recente, Spencer apresentou um plano em fases: Passo 0, reacender a comunidade; Passo 1, desenvolver Moonbirds como plataforma de IP; Passo 2, focar em produtos e parcerias.
“Em cinco anos, quero que Moonbirds seja um nome conhecido—uma IP onipresente, com produtos físicos nas lojas e presença digital que atraia novos públicos ao ecossistema.”
O momentum já é real. Em 18 de agosto de 2025, Moonbirds tornou-se o primeiro NFT a liderar o ranking Kaito, sinalizando impacto além do core cripto. Ao mesmo tempo, rumores sobre possível token e a relação de Spencer com Luca Netz, fundador dos Pudgy Penguins, só aumentam as expectativas.
Moonbirds voltou—e pode ter vindo para ficar.